Hereditariedade vs Meio
Qual deles o mais importante? Hereditariedade ou o meio?
Ao longo dos tempos houveram sempre opiniões diversas sobre esta temática em que vários autores como Henry Goddard defendiam que o homem era moldado pela sua hereditariedade e provava isso com estudos que ele tinha realizado em que um homem (pai) tinha filhos com a esposa rica e com a empregada e sempre em todos os casos os filhos da esposa tinham sempre o QI mais elevado do que os da empregada. Daí ele concluir que o poder hereditário comandava principalmente o da mãe.
Mas tal com Goddard defendia que o predominante era a hereditariedade existia também que o mais influente do desenvolvimento da pessoa era o meio um desses defensores chamava-se Charles Davenport, como forma de prova das suas convicções Davenport estudou diversas culturas e fez dar conhecimento de que geneticamente todos nasciam igual mas o meio em que estavam inseridos é que era determinante no seu futuro.
Actualmente, já não se considera que o desenvolvimento de uma pessoa seja apenas por causa do meio ou da hereditariedade, mas sim de uma interacção entre os dois que torna cada ser humano único, e com características próprias.
De realçar, que vários são os exemplos que comprovam a interacção da hereditariedade e o meio. Um dos exemplos mais significativos é a inteligência - o nível intelectual mede-se através de testes de inteligência, que são apresentados sob a forma de Q.I.
O Q.I., grau de inteligência, relaciona-se intimamente com o meio. Por exemplo, quando a criança está inserida num ambiente economicamente menos favorável, este é normalmente menos estimulante intelectualmente, daí que a criança tenha um Q.I. mais baixo. Contudo, temos também uma situação inversa, dependendo da personalidade de cada um, visto que a mesma situação de pobreza, pode ser estímulo para atingir um nível cognitivo mais alto que permita uma ascensão social e económica.
Existem também estudos que relacionam a inteligência com a afectividade familiar. Por exemplo, verificou-se que crianças que foram adoptadas depois de terem vivido em orfanatos manifestaram um aumento no seu Q.I., precisamente provocado pela afectividade e consequente estímulo.
Não podemos, contudo, restringir ao meio a influência no desenvolvimento do Q.I. em cada criança. A hereditariedade assume também uma importância crucial. O melhor exemplo é o caso dos gémeos homozigóticos. Existem estudos que comprovam que os gémeos verdadeiros separados à nascença e criados em meios sócio-económicos diferentes, têm um Q.I. semelhante, bem como, outras características de hereditariedade genética, como sendo o temperamento, os gestos, predisposições intelectuais...
É um erro, estabelecermos relações de causa-efeito entre o meio e a hereditariedade na influência do Q.I. ou comportamentos. Trata-se sim, de uma correlação, isto é, meio e hereditariedade interagem em conjunto com a personalidade de cada um. Por exemplo, não podemos firmar categoricamente que um indivíduo com um nível sócio-económico baixo tenha um Q.I. baixo, é provável mas não imperativo.
No fundo, meio, hereditariedade e personalidade (experiências pessoais, emoções...) actuam em conjunto na formação da personalidade do indivíduo.