Freud

 

Teoria do Psiquismo

Objectivo: Analisar a  Perspectiva Epigenética de Freud.

  Ideia - Chave: o desenvolvimento é visto como mudança permanente resultado da interacção entre impulsos inatos e a influência do meio social familiar, sobretudo das figuras parentais.

A estrutura do psiquismo

A compreensão da perspectiva freudiana sobre o desenvolvimento exige a clarificação da estrutura do psiquismo humano.

Na primeira tópica, isto é no primeiro modelo descritivo do aparelho psíquico, Freud distingue três regiões: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente. Recorre à imagem do iceberg para ilustrar a enorme dimensão da região inconsciente, visto que segundo ele só teríamos acesso a uma pequena parte dos conteúdos da nossa mente.

Subconsciente ou pré-consciente: Conteúdos psíquicos acessíveis

 

Consciente: Conteúdos psíquicos imediatamente conhecidos

 

Inconsciente: Conteúdos psíquicos (pensamentos, memórias, desejos) inacessíveis à consciência mas que influenciam o comportamento

A enorme dimensão do inconsciente, relativamente às outras estruturas, significa que só conhecemos uma pequena parte dos conteúdos da nossa mente e que é nessa estrutura inconsciente que se originam a maioria dos nossos processos psíquicos. Muito do incosnciente formava-se por recalcamento. O mecanismo de recalcamento era uma censura que não permitia a passagem para o plano consciente dos conteúdos considerados inaceitáveis. 

A continuação da análise de comportamentos dos seus pacientes leva Freud a uma nova concepção do funcionamento psíquico em que fica mais claro o papel do inconsciente. Este deixa de ser considerado como uma estrutura constituída por conteúdos psíquicos recalcados e passa a ser uma dimensão de todas as instâncias psíquicas.

A segunda tópica apresenta uma visão mais completa porque integra os níveis psíquicos anteriormente apresentados (consciente, pré-consciente e inconsciente) numa perspectiva mais dinâmica e apresenta três instâncias psíquicas  (ID, Ego e Super Ego) que asseguram determinadas funções. Reforça-se a ideia de que é o plano inconsciente que condiciona decisivamente a vida psíquica dado que não se reduz o inconsciente à parte mais profunda da mente: o ID é inconsciente (inato), mas não é todo o inconsciente (que também abrange outras dimensões da personalidade).

Poder-se-ia esquematizar a segunda tópica pelo seguinte esquema:

 

 

Estadios do desenvolvimento

 

Estádio Oral

(0-12/18 meses)

- a zona erógena principal é a boca, é através dela que o bebé obtém prazer: ao mamar, levar objectos à boca, etc.

- formação do ego

- vive o primeiro conflito: o desmame

 

 

Estádio Anal

 

(12/18meses-2/3anos)

- a zona erógena principal é a região anal: a criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar fezes

- nesta fase faz-se a educação para a higiene

- há um reforço do ego

 

Estádio Fálico

 (3-5/6 anos)

- a zona erógena é a região genital

- surge a curiosidade sobre as diferenças sexuais e o complexo de Édipo

- identifica-se com o progenitor do mesmo sexo e vai adoptar os seus comportamentos e atitudes, conduzindo à formação do superego e superação do complexo de Édipo

 

 

 

Período de Latência

 

 

(6anos – Puberdade)

- caracteriza-se pela aparente atenuação da actividade sexual

- ocorre a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente as experiências que a perturbaram no estádio anterior.

- Investe a sua energia nas actividades escolares, por isso são importantes as relações que estabelece com colegas e professores.

 

Estádio Genital

 

 

(depois da Puberdade)

- a zona erógena é a região genital e há uma reactivação do complexo de Édipo

- o processo de autonomia em relação aos pais passa por os encarar de forma mais realista